O contato com morcegos e com animais doentes ou mortos por raiva pode transmitir a doença para humanos. Toda pessoa que sofreu ferimentos causados por morcego ou algum outro animal silvestre ou doméstico deve procurar, imediatamente, o serviço de saúde, para orientações e possível tratamento profilático. O alerta é feito pela Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron).
De acordo com o médico veterinário Dalmo Bastos Sant’Anna, do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros e das Outras Encefalopatias, casos da doença não têm sido registrados em humanos há vários anos em Rondônia, mas a morte de um adolescente de 14 anos, no Rio de Janeiro, chamou a atenção da Agência e fez ascender o alerta.
Segundo notícia veiculada, um adolescente de 14 anos, morador de uma comunidade rural, em Angra dos Reis, morreu em março, mas o caso só se tornou público nesta semana com a divulgação de um relatório da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.
Conforme foi noticiado, o menino foi atacado por um morcego, após encontrá-lo no chão e chutá-lo, no final de janeiro. Os sintomas só apareceram em 22 de fevereiro. Em 7 de março, a vítima foi internada e posteriormente, transferida para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ), na capital carioca, já com suspeita de raiva humana. O diagnóstico foi confirmado em 20 de março e o jovem morreu dez dias depois.
“Atualmente, no Brasil, o morcego, tanto o hematófago quanto o não hematófago, tem se destacado na transmissão da doença para os seres humanos e, para evitar o contágio, é importante que as pessoas evitem manipular qualquer morcego encontrado, mesmo que esteja morto. Ressalta-se que morcegos voando durante o dia, ou encontrados pousados em locais iluminados ou claros, são considerados suspeitos de estarem doentes, portanto, nesses casos, o cuidado deve ser maior e também devem ser evitados”, informou Dalmo Bastos.
O Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), em todo território nacional, busca diminuir a prevalência da doença nos herbívoros domésticos, que são os bovinos, bubalinos, caprinos ovinos e equídeos, mas, devido a vários fatores, a raiva continua a se disseminar de forma preocupante, no meio rural, tendo o morcego hematófago, papel de destaque, como principal transmissor da doença.
“Além dos prejuízos econômicos, a raiva tem outro lado ainda mais preocupante, que é a possibilidade de transmissão às pessoas, através do contato com os herbívoros doentes ou mortos, como também com morcegos infectados”, alerta o médico veterinário. Para controlar a doença, o PNCRH tem como estratégias a vigilância epidemiológica, a orientação para a vacinação dos herbívoros domésticos, o controle de morcegos hematófagos da espécie ‘Desmodus rotundus’ e a educação sanitária.
Evite contato com animais que apresentam sinais de raiva ou que já estejam mortos;
Informe a morte de animais à Idaron;
Não toque em morcegos;
Quando detectar mordedura em seus animais, aplique a pasta vampiricida ao redor da ferida, por no mínimo três dias seguidos.
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