O governo brasileiro enviou uma missão ao Líbano nesta quarta-feira (12), com seis toneladas de alimentos, remédios e uma delegação liderada pelo ex-presidente Michel Temer, em apoio ao país atingido por explosões mortais.
Minutos antes de decolar em um dos dois aviões militares da base da Força Aérea em São Paulo, o ex-presidente (2016-2018) afirmou esperar que o Brasil possa cumprir "não apenas essa missão humanitária".
"Tendo em vista os vínculos tradicionais entre ambos os países, que (o Brasil) também possa ajudar a solucionar os embates políticos, com autorização, naturalmente, das autoridades libanesas", colaborando com "a pacificação interna aquele país", acrescentou.
O presidente Jair Bolsonaro se despediu pessoalmente da delegação, e qualificou a missão como um "ato simbólico, mas que vem do fundo do coração de todo o povo brasileiro".
Os suprimentos são antibióticos, analgésicos, seringas, 100 mil máscaras cirúrgicas e 300 respiradores pulmonares doados pelo Ministério da Saúde, além de alimentos fornecidos pela comunidade de origem libanesa instalada no país, estimada em cerca de dez milhões de pessoas.
Temer, de 79 anos, é o oitavo filho de um casal de libaneses que emigrou para o Brasil em 1925. Por responder a vários processos de corrupção pendentes na Justiça, Temer obteve autorização judicial para viajar ao exterior. Em 2019, o ex-presidente ficou preso por alguns dias e desde então tem seu passaporte retido pela Justiça, que deve autorizar suas viagens ao exterior.
Integram a delegação o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e senadores e demais governantes. Eles farão escala em Fortaleza, Ilha do Sal (Cabo Verde) e Valença, antes de desembarcar no Líbano.
As enormes explosões ocorridas em 4 de agosto - causadas por toneladas de nitrato de amônio armazenadas indevidamente no porto de Beirute - deixaram 171 mortos e ao menos 6.000 feridos, além de centenas de milhares de desabrigados.
A tragédia gerou protestos que levaram à renúncia do primeiro-ministro libanês, Hassan Diab. No país, os manifestantes também pedem a renúncia do chefe de Estado, do chefe do Parlamento e dos deputados dos partidos políticos, acusados ha tempos por corrupção e considerados responsáveis pelo desastre.
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