O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que a deputada federal reeleita Carla Zambelli (PL-SP) não poderá criar novas contas em redes sociais até a data da diplomação dos eleitos em 2022, o que deve ocorrer até 19 de dezembro.
Na decisão, Marco Antonio Martin Vargas, juiz-auxiliar da presidência do TSE, estabeleceu que a parlamentar “se abstenha, até a data da diplomação dos eleitos no pleito presencial de 2022, de criar novos perfis, contas ou canais em mídias sociais, sob pena de multa ora fixada no valor de R$ 100.000,00 por conta detectada, sem prejuízo da prática de crime de desobediência e da apuração de uso indevido dos meios de comunicação”.
Zambelli teve as contas suspensas no início da semana, depois da derrota de Jair Bolsonaro (PL) na disputa presidencial contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O documento, ao qual a CNN teve acesso, está sob sigilo no TSE. Assim como esta, outras decisões nos últimos dias, igualmente sigilosas, também têm tido como alvo apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e defensores das manifestações que levaram a bloqueios em todo o país. Nesta quinta-feira (3), porém, os bloqueios já arrefeceram.
A CNN apurou que informações coletadas pelos investigadores sobre os organizadores dos protestos foram encaminhadas à Justiça Eleitoral e o TSE deu, nos últimos dias, decisões para derrubar grupos bolsonaristas e contas de pessoas com ligação a esses movimentos.
Em nota, a deputada federal reeleita disse que “foi calada e impedida de se comunicar” com seus seguidores. “O Parlamento está sendo violado, censurado e calado”, afirmou.
“A deputada ficará incomunicável, com suspensão de acesso a aplicativos de mensagem instantânea, como o seu WhatsApp, que foi alvo de vazamento na internet no último fim de semana. Quando se vive em uma ditadura, a primeira coisa é a tentativa de se calar as vozes da oposição. O objetivo do TSE é eliminar qualquer reação espontânea de Carla Zambelli nas redes sociais e trocar por uma atmosfera de inibição de pensamento. Em nome da democracia, extingue o direito às reações naturais”, completou.
Zambelli não está no Brasil. Nesta quinta-feira, ela informou que viajou aos Estados Unidos após ter suas contas suspensas nas redes sociais e alegou que está cumprindo agendas pessoais e estudando meios de “assegurar e restaurar a liberdade de expressão no Brasil junto a autoridades americanas”.
No último sábado (29), a parlamentar se envolveu em uma confusão em São Paulo. Imagens que circularam na internet mostram ela perseguindo um homem com um revólver em mãos com quem havia discutido. Um dos seguranças dela chegou a disparar um tiro.
Em consequência, o PSOL entrou com pedido de cassação do mandato da parlamentar por quebra de decoro. Carla Zambelli foi eleita para o segundo mandato na Câmara dos Deputados com 946.244 votos.
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