Advogado está entre presos em operação contra milícia e grandes fazendeiros

17/11/2022 - 08:02 hs

Um advogado, que não teve o nome relevado, está entre os presos da operação Lamassu, desencadeada nesta quinta-feira (17) pela Polícia Federal, Polícia Civil de Rondônia e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Rondônia (Gaeco), para desarticular uma milícia privada constituída por proprietários de uma fazenda no distrito de Nova Mutum, em Porto Velho, composta por diversos policiais das forças de segurança do Estado.

As investigações tiveram início em uma outra operação, que constatou a participação de um juiz federal, já falecido, no esquema, , além de servidores públicos e particulares, especializada em fraudar processos judiciais de desapropriação de terras, segundo divulgou a Polícia Federal.

o dos investigados foi possível identificar movimentações financeiras superiores a R$ 445.000.000, sendo efetivamente comprovado o pagamento de valores aos servidores contratados para a função de segurança particular.

As investigações tiveram que ser desmembradas em razão da competência da Vara da Auditoria Militar de Rondônia para apurar a participação de integrantes da Polícia Militar.

Ao todo, a 1ª Vara da Auditoria Militar e a 4ª Vara Criminal do Estado de Rondônia expediram cinco mandados de prisão preventiva, um de afastamento de função pública e 32 de buscas, cumpridos por equipes da Polícia Federal e Polícia Civil, com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar de Rondônia, nas cidades de Porto Velho, Ariquemes, Vilhena, Cassilândia e Brasília.

Os investigados responderão, na medida de suas culpabilidades, pelos crimes de constituição, financiamento e integração de milícia particular (art. 288-A do CP) e lavagem de dinheiro (art. 2º, §§ 2º, 3º, 4º, inciso II, da Lei nº 12.850/2013), dentre outros, cujas penas somadas podem superar 20 (vinte) anos de reclusão.

O nome da operação, Lamassu, tem como origem a mitologia mesopotâmica, com referência a estátuas colocadas nas entradas dos palácios reais para causar medo e afastar pretensos invasores.

Os presos, entre eles um advogado, serão ouvidos pela Polícia Federal e encaminhados para as unidades prisionais correspondentes, onde permanecerão à disposição da Justiça.