Justiça condena a 96 anos de prisão donas e funcionária da escola Colmeia Mágica por tortura

27/02/2023 - 15:50 hs

As proprietárias e uma funcionária da escola Colmeia Mágica foram condenadas, nesta segunda-feira (27), a mais de 96 anos de prisão por torturar e maltratar ao menos nove crianças em março de 2022. A informação foi confirmada pela advogada de acusação Ana Carolina Badaró e pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

Roberta Regina Rossi Serme, uma das proprietárias da escola, recebeu a pena de 49 anos, nove meses e dez dias de prisão em regime inicial fechado, além de um ano e quatro meses em regime inicial semiaberto.

Irmã e sócia de Roberta, Fernanda Carolina Rosse Serme, foi condenada a 13 anos e quatro meses de detenção em regime inicial semiaberto. Enquanto a funcionária Solange da Silva Hernandez, foi sentenciada a 31 anos, um mês e dez dias de prisão em regime inicial fechado, e oito meses em regime inicial semiaberto.

As irmãs estão presas preventivamente na Penitenciária Feminina “Santa Maria Eufrásia Pelletier” de Tremembé, no interior de São Paulo, desde o ano passado por decisão da Justiça. Já a empregada respondia ao processo, que tramita em segredo, em liberdade.

A reportagem não conseguiu entrar em contato com os advogados de defesa das condenadas até o momento. De acordo com o TJ-SP, ainda cabe recurso contra a decisão.

Crianças amarradas

As denúncias vieram à tona após vídeos circularem nas redes sociais. As imagens mostravam crianças, com os braços amarrados, alimentadas dentro de um banheiro e chorando no interior da escola Colmeia Mágica, localizada na Vila Formosa, zona leste da capital.

Na gravação, ao menos quatro alunos, dois dos quais embaixo da pia, estavam com os braços envolvidos em panos.

Segundo relatos de pais e mães, denúncias contra a escola são antigas. Após a formalização, as redes sociais do colégio foram retiradas do ar. Os muros da escola foram pichados com palavras como “desumano”, “crime”, “lixo” e “justiça”.

Além da investigação da Polícia Civil, a Prefeitura de São Paulo apurou que a unidade havia funcionado por 16 anos sem permissão da gestão municipal. Desde o escândalo, em março, a escola infantil está fechada.