Poderia ser uma manhã de terça-feira como qualquer outra no Estado norte-americano do Colorado, mas dois adolescentes resolveram matar seus próprios colegas na Escola Secundária de Columbine, em 20 de abril de 1999. 24 anos depois, o massacre, que tirou a vida de 15 pessoas, incluindo os autores do crime, têm inspirado outros criminosos mundo afora, inclusive no Brasil.
Eric Harris, que na época tinha 18 anos, e Dylan Klebold, com 17, entraram na Columbine High School, que tinha 2 mil estudantes, com rifles semiautomáticos, pistolas e vários explosivos. Eles mataram 12 colegas, um professor e feriram outras 21 pessoas num espaço de tempo menor que 20 minutos. Os assassinos tiraram a própria vida em seguida.
Naquele ano, outros quatro tiroteios em massa foram registrados nos Estados Unidos, totalizando 42 pessoas assassinadas, conforme dados reunidos pela Enciclopédia Britannica.
Mãe de um dos assassinos rezou para que o filho morresse
A resposta da polícia norte-americana foi considerada lenta em Columbine: o tiroteio terminou ao meio-dia, mas a polícia só entrou na escola horas depois, temendo que ainda houvesse risco contínuo. Nesse meio tempo, algumas vítimas sangraram até a morte.
“Os policiais diziam que havia dezenas de mortos na escola e lembro de rezar para que, se Dylan realmente tivesse machucado as pessoas como estavam dizendo, que ele morresse”, contou Sue Klebold, mãe de um dos atiradores, à rede britânica BBC.
“Não quero ter que ir a outro velório”, disse diretor da Escola de Columbine 4 dias antes do massacre
Embora três tiroteios em massa tenham sido registrados nos Estados Unidos em 1998, dois deles em escolas, a preocupação mais urgente do diretor Frank DeAngelis quatro dias antes do massacre de Columbine eram os acidentes de carro dirigidos por adolescentes bêbados. O motivo era o baile de formatura que se aproximava. Um massacre em sua própria instituição de ensino parecia impensável.
Na manhã de sexta-feira, 16 de abril, com medo e lágrimas nos olhos, o diretor da Escola de Columbine alertou aos alunos sobre os perigos de saírem dirigindo bêbados do baile de formatura. “Não quero ter que ir em outro velório”, disse ele.
“Todos os alunos no ginásio entenderam a mensagem do sr. D.”, narra o jornalista Dave Cullen, maior autoridade no caso, em seu livro Columbine. “Restavam pouco menos de 36 horas para o baile de formatura, o que significava beber muito e dirigir muito. Dar um sermão iria apenas incitar olhos revirados, portanto, em vez disso, apelou para três tragédias da própria vida”, continua.
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