Em 2023, população brasileira ocupada passou dos 100 milhões
De acordo com o IBGE, 37% deles tinham carteira assinada
De acordo com o IBGE, 37% deles tinham carteira assinada
Em 2023, a população brasileira ocupada alcançou 100,7 milhões de
pessoas. Esse contingente representa acréscimo de 1,1% em relação a 2022
(99,6 milhões de pessoas) e de 12,3% frente à população de 2012 (89,7 milhões).
Em relação a 2022, o total da população em idade de trabalhar expandiu
0,9%, e foi estimada em 174,8 milhões de pessoas em 2023, ano em que o
nível da ocupação ficou estimado em 57,6%.
Os dados constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(Pnad Contínua) - Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2023,
divulgada nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
O percentual de empregados com carteira assinada no setor privado teve
expansão de 2012 (39,2%) a 2014 (40,2%); no entanto, a partir de 2015, essa
categoria passou a registrar queda. Em 2023, voltou a crescer, alcançando 37,4%
da população ocupada - ante a 36,3%, em 2022. O número desses trabalhadores em
2023 (37,7 milhões) foi o maior da série.
Os empregados sem carteira assinada no setor privado atingiram o
percentual de 13,3% em 2023, queda de 0,3 ponto percentual em um ano. Contudo,
apesar da queda, a estimativa continua sendo uma das maiores da série
histórica.
Sem grandes variações ao longo da série, os empregados no setor público
(inclusive servidor estatutário e militar) mantiveram sua participação em torno
de 12% em 2023, equivalente a 12,2 milhões de trabalhadores.
Os trabalhadores domésticos seguiram em estabilidade, apresentando o
mesmo percentual de 2022, isto é, 6% dos ocupados. Já entre os empregadores
houve a interrupção do movimento expansivo, observado até 2018 (4,8%), passando
para 4,6% em 2019, 4,4% em 2022 e 4,3% em 2023.
Sindicalizados
Em 2023, das 100,7 milhões de pessoas ocupadas, 8,4% eram
associadas a algum sindicato, apontando para a redução de trabalhadores
sindicalizados em relação a 2022 (9,2% dos ocupados), fenômeno que está
ocorrendo desde 2012. As regiões Nordeste (9,5%) e Sul (9,4%) permaneceram com
os valores mais altos, enquanto Norte (6,9%) e Centro-Oeste (7,3%),
tiveram os menores índices.
De 2012 a 2021 e, novamente, em 2023, o percentual de homens
sindicalizados superou o de mulheres sindicalizadas; porém, essa diferença foi
de apenas 0,3 pontos percentuais. em 2023, 8,2% entre as mulheres e 8,5% entre
os homens.
Em 2023, o grupamento de atividade da Agricultura, pecuária, produção
florestal, pesca e aquicultura teve queda na taxa de sindicalização, passando
para 15%. Essa atividade tem participação importante dos sindicatos de
trabalhadores rurais, muitos deles de pequeno porte da agricultura familiar,
principalmente, nas regiões Nordeste e Sul. Também com importante cobertura
sindical, a Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde
humana e serviços sociais (14,4%) também apresentou queda em 2023. O mesmo
movimento foi observado em outros grupamentos que antes tinham taxas de
sindicalização elevadas como Indústria geral; Transporte, armazenagem e
correio; e Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias,
profissionais e administrativas.
Em 2023, o empregado com carteira assinada no setor privado, o
trabalhador familiar auxiliar e o empregado no setor público (inclusive
servidor estatutário e militar) tinham as taxas de sindicalização mais
elevadas, respectivamente, 10,1%, 10,4% e 18,3%. No caso do trabalhador
familiar auxiliar, esse percentual, comparativamente elevado, pode ser
explicado pela concentração desses trabalhadores nas atividades agropecuárias
de caráter familiar, que têm participação importante dos sindicatos de
trabalhadores rurais. Por outro lado, o empregado no setor privado sem carteira
de trabalho assinada (3,7%) e o trabalhador doméstico (2%) registraram as
menores coberturas.
De 2022 para 2023, houve queda da taxa de sindicalização entre os
empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada, de 11% para
10,1% e dos empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e
militar), de 19,9% para 18,3%. Esses dois primeiros grupos são aqueles que
historicamente possuem os principais percentuais de filiação, mas também foram
os que registraram as principais perdas nos últimos anos. Isso mostra que,
independentemente do setor de atividade (público ou privado), a retração da
sindicalização atinge todos os segmentos da ocupação.
“Percebe-se, então, que a expansão da população ocupada nos últimos anos
não se converteu em aumento da cobertura sindical no país. Esse resultado pode
estar relacionado a diversos elementos, como a forma de inserção do trabalhador
na ocupação, as modalidades contratuais mais flexíveis introduzidas pela Lei
13.467, de 13.07.2017, conhecida como reforma trabalhista, e o uso crescente de
contratos temporários no setor público etc”, diz o IBGE.
CNPJ
Após crescimento significativo de 2019 para 2022 (6,3%), o contingente
formado por empregadores e trabalhadores por conta própria ficou praticamente
estável em 2023, sendo estimado em 29,9 milhões de pessoas. Desses, 9,9 milhões
(33%) estavam em empreendimentos registrados no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ), apontando queda em relação a 2022.
A maioria dessas pessoas era formada por homens, 64,6%. Entretanto,
embora houvesse predomínio do contingente masculino entres empregadores e
trabalhadores por conta própria, o percentual de pessoas com registro no CNPJ
era um pouco maior entre as mulheres (34,5%) do que entre os homens (32,3%).
Observou-se, de 2022 para 2023, uma queda desse registro para ambos os sexos:
1,7 e 0,9 p.p., respectivamente para mulheres e homens.
Os empregadores e os trabalhadores por conta própria estavam principalmente concentrados nas atividades do comércio e serviços, com participações de 21,3% e 43,8%, respectivamente. Essas duas atividades também apresentavam as maiores taxas de coberturas no CNPJ, de 46,8% e 38,1%, respectivamente.
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