Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber
Sistema do BC já devolveu R$ 7,67 bi em recursos esquecidos
Sistema do BC já devolveu R$ 7,67 bi em recursos esquecidos
Os
brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema
financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central
(BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$
7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas
instituições financeiras.
As
estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao
número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas
haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões,
isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos
na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.
Entre os que
já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e
1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate,
41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.
A maior
parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a
pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos
beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos
correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos
clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.
Depois de
ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com
novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de
resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280
milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270
milhões.
Melhorias
A atual fase
do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de
solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de
valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual,
que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a
necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.
Além dessas
melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com
acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal.
Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição
responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para
quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor
esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como
valor, data e CPF de quem fez o pedido.
Expansão
Desde a
última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores
no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o
representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária
para a instituição financeira.
Como a
empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível
antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da
conta Gov.br.
Agora o
representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro
ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A
solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas
falecidas.
Fontes de
recursos
No ano
passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos
lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga
encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras
encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
Além dessas
fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano
passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas
de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de
crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas
cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas
indevidamente.
Golpes
O Banco
Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários
que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores
esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber
são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar
sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.
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