Bolsonaro diz que André Mendonça é nome forte para o Ministério da Justiça

Por Ingrid Soares/Correio Brasiliense 27/04/2020 - 20:48 hs
Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
Bolsonaro diz que André Mendonça é nome forte para o Ministério da Justiça
Advogado geral da União (AGU), André Mendonça

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na tarde desta segunda-feira (27/4), que o advogado-geral da União (AGU), André Mendonça, é um um dos nomes mais fortes para assumir o Ministério da Justiça no lugar do ex-juiz Sergio Moro. Na entrada do Palácio da Alvorada, Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre quem será o substituto de Moro. O chefe do Executivo, no entanto, resolveu manter o ar de suspense. Segundo ele, a nomeação será publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (28/4).

"Vai ser surpresa. Eu assino e a intenção é publicar no Diário Oficial da União (DOU) de amanhã cedo”, apontou, emendando: "Vocês vão ter uma surpresa positiva, tem dois nomes postos à mesa, o Jorge e outro. Eu não vou falar porque, se muda, vão falar que eu recuei".

Perguntado se o escolhido seria Jorge Oliveira, atual secretário-geral da Presidência., Bolsonaro respondeu: "Vocês vão ter surpresa. Positiva".

Bolsonaro procura alguém que, além do conhecimento técnico, tenha uma boa transição entre os Poderes. "Tem que ter uma boa entrada no Supremo, no TCU, no Congresso", apontou o presidente.

Questionado se Mendonça seria um nome forte para isso, Bolsonaro respondeu: "Sim".

O presidente também falou sobre a indicação do atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, até então o mais cotado para o cargo. "O Jorge tem muita experiência, ele acumula com a Subchefia para Assuntos Jurídicos  (SAJ). A SAJ é a alma do presidente, tem muita coisa que eu assino e leio a ementa apenas, tem decreto com 20 páginas. Eu não tenho como interpretar mais de 10 mil leis no Brasil. Quando passa para a SAJ é muito bem estudado lá. A confiança é em primeiro lugar." "Gostaria que houvesse outro Jorge disponível", completou.

O chefe do Executivo disse entender que quem passa pela SAJ acaba ganhando visibilidade. "Eu entendo que o MJ é um cargo que dá muita visibilidade, é igual a SAJ, muita gente que passou pela SAJ virou ministro do Supremo, é igual o MJ, e lá 80% é segurança", destacou.

Para a Polícia Federal, Bolsonaro relatou que, "a princípio, é o indicado mesmo”. Ele se referiu ao diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, amigo da família.

Já para a Abin, Bolsonaro disse que deixará a escolha nas mãos do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno, e que seria alguém de dentro da pasta da inteligência. "Na Abin, o que nós pretendemos fazer. Pretendemos. É liberdade para o general Heleno. Seria alguém da própria Abin, essa que é a ideia", pontuou.

Bolsonaro disse que também não descartaria indicar um político de carreira para a vaga. "Não é porque a pessoa foi parlamentar por um tempo que carimbou na testa dele que não pode ser aproveitado em outra função", justificou.

Já sobre a possibilidade de indicar o ex-deputado Alberto Fraga, o chefe do Executivo afirmou que é seu amigo e que "um dia terá espaço no governo".

Mais cedo, Bolsonaro afirmou que poderia nomear ainda nesta segunda-feira o novo ministro da Justiça e o diretor-geral da Polícia Federal. Questionado se a definição ocorreria nesta segunda, o chefe do Executivo respondeu: "Talvez". A fala ocorreu na rampa do Palácio do Planalto. Os dois cargos estão vagos desde sexta-feira (24/4), quando Bolsonaro exonerou o então chefe da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, o que levou o ministro Sérgio Moro a se demitir.