O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação contra a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP). Trata-se de uma notícia-crime que foi encaminhada ao STF que traz informação de suposta prática de crimes de advocacia administrativa e tráfico de influência.

A acusação partiu de 35 parlamentares, dentre eles a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Ela é referente às trocas de mensagens entre Zambelli e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. 

A parlamentar enviou mensagens ao ex-juiz federal no sentido de tentar evitar a sua demissão. Em uma delas, Zambelli pediu para que ele aceitasse Alexandre Ramagem na direção-geral da Polícia Federal e no segundo semestre seria indicado ao STF. "Eu me comprometo a ajudar, a fazer JB (Jair Bolsonaro) prometer", escreveu.

No encaminhamento, feito na última quarta-feira (20), Celso de Mello pontua que "o Ministério Público e a Polícia Judiciária, sendo destinatários de comunicações ou de revelações de práticas criminosas, não podem eximir-se de apurar a efetiva ocorrência dos ilícitos penais noticiados".

O ministro explicou, ainda que é dever jurídico do estado "promover a apuração da autoria e da materialidade dos fatos delituosos narrados por 'qualquer pessoa do povo'.  

Na semana passada, o ministro também enviou à PGR três notícias-crimes apresentadas por partidos políticos nas quais demandam a apreensão do celular do presidente. A situação gerou alvoroço e o gabinete de Celso de Mello chegou a publicar uma nota explicando que não havia determinado a apreensão do celular de Bolsonaro.